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Para minimizar falta de motores, GE Aerospace amplia operação no RJ

Diante da falta de turbinas no mercado ante as longas filas para manutenção, o setor aéreo tem enfrentado grave escassez de aeronaves. O cenário levou a GE Aerospace a apostar na ampliação da sua capacidade no Brasil. A GE Celma, no Rio, será ampliada em 2025. “Nosso foco agora está na expansão de Três Rios”, disse H. Lawrence Culp Jr, CEO global da empresa, ao Valor.

A GE Aerospace será oficialmente lançada hoje ao mercado como uma empresa independente, após a separação da gigante GE, que agora passa a operar por meio de três empresas independentes – GE Vernova (energia) e GE Healthcare (cuja separação já havia acontecido). Culp, que já era o presidente da GE e também da GE Aerospace, manteve-se à frente da operação aeroespacial.

No Brasil, a empresa opera há mais de 100 anos – hoje está concentrada no Rio -, com 3,5 mil funcionários. A unidade atende mais de 30 companhias aéreas ao redor do mundo.

A operação atingiu a marca de 500 motores aeronáuticos testados e revisados em 2023 – não há uma meta pública de patamar após o fim das obras. A nova estrutura deve ser entregue no segundo trimestre de 2025. No total, vão ser mais 40 mil metros quadrados de área construída.

“Iniciamos o processo de contratação e esperamos criar cerca de 600 empregos. Tudo isso nos permitirá atender melhor nossos clientes, inclusive a Embraer”, disse o executivo. A parceria com a fabricante brasileira, de mais de 25 anos, ganhou mais força após o recente pedido de até 133 jatos E175 feito pela American Airlines.

A empresa tem uma base instalada de aproximadamente 44 mil motores comerciais e 26 mil motores militares e de defesa em todo o mundo. Em 2023, teve receita de US$32 bilhões, cerca de 70% teve origem em serviços.

A ampliação de capacidade deve chegar em um momento importante. Os modelos mais novos (motores LEAP-1A e 1B, usados nos Boeing 737 Max e Airbus A320neo) conseguiram uma redução de mais de 20% nas emissões, mas eles acabaram exigindo mais manutenção.

“Há um reconhecimento de que existem desafios na cadeia de abastecimento e não apenas com os fabricantes de motores”, disse. Em março, a empresa anunciou investimentos de mais de US$650 milhões em todo o mundo.

Por Cristian Favaro — De São Paulo 

Revista: Valor Econômico

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