Corrida eleitoral piora escassez de dólares e reduz compras de manufaturados ‘made in Brazil’ pelo país vizinho
Edgard Dutra / Foto: Gabriel Reis/Valor (divulgação)
Por Marta Watanabe e Alex Jorge Braga, no Valor, em 17/11/2023
A instabilidade cambial resultante da corrida presidencial na Argentina acentuou a perda de espaço dos produtos manufaturados nas exportações brasileiras ao país vizinho. Os bens da indústria de transformação ainda predominam nas vendas para aquele que é o maior parceiro brasileiro comercial na América do Sul, mas as indústrias brasileiras apontam dificuldades maiores neste ano, dado por mais entraves burocráticos aos embarques e maior dificuldade de acesso a divisas pelas empresas argentinas.
De janeiro a outubro deste ano, os manufaturados representaram 91,1% dos embarques aos argentinos, fatia 1,6 ponto percentual abaixo da de 2022. Em 2019, há menos de cinco anos, a fatia era de 95,7%, considerando sempre os mesmos dez meses, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. As comparações desconsideram os embarques de soja, que tiveram comportamento atípico em 2023 e lideraram este ano a exportação brasileira ao país vizinho.
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“No quadro atual o que a Argentina importa depende do que o governo quer importar. Por mais que o importador e o exportador tenham interesse em realizar o negócio, a falta de dólares impede”, diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “Os exportadores brasileiros aguardam o resultado das eleições para ter uma ideia da política que virá depois. Há também expectativa de que a safra argentina de milho e soja para o ano que vem não sofra a quebra que aconteceu este ano, o que fornecerá divisas à Argentina para importar.”
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