Mesmo quem aposta em um superávit da balança comercial superior ao de 2022 não espera aumento dos volumes exportados
Por Valor Econômico, em 17/01/2023.
Um dos indicadores da economia com previsões mais dispersas para este ano é a balança comercial. Pesquisa feita pelo Valor junto a 12 consultorias e instituições financeiras colheu projeções de um saldo positivo variando de US$ 49 bilhões a US$ 71,9 bilhões, considerando a metodologia de cálculo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A mediana está em US$ 60 bilhões.
Se a mediana prevalecer, o saldo ficará abaixo do superávit de US$ 62,3 bilhões do ano passado, que surpreendeu por ter sido obtido em um ambiente conturbado pelo conflito no Leste Europeu, que tumultuou os mercados de combustíveis, commodities agrícolas e fertilizantes, pela política de covid zero da China e pela volatilidade no câmbio. Para exportadores e importadores, pior do que câmbio alto ou baixo são as oscilações.
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Regiões comprometidas com políticas monetárias restritivas para conter a inflação estão entre importantes parceiros comerciais do Brasil. As exportações para os Estados Unidos, por exemplo, cresceram 20,2% no ano passado e as importações, 30,3%. O comércio com a União Europeia saltou 39,1% na ponta das exportações e 15,7% das importações.
Mesmo quem aposta em um superávit da balança comercial brasileira superior ao registrado em 2022 não espera o aumento dos volumes exportados. Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), alinhada entre os mais otimistas, com expectativa de saldo acima de US$ 70 bilhões, o superávit maior seria resultado da queda da exportação em percentual menor do que a da importação. O resultado, portanto, não contribuiria, necessariamente, para o aumento da atividade econômica no país.
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