Parceiro é o primeiro país a adquirir mais de US$ 100 bilhões em produtos brasileiros em um único ano,
uma fatia de 30,7% das nossas exportações em 2023
Foto: Agência Brasil/Beto Barata/PR
Por Marco Aurélio Canônico, no O Globo, em 23/01/2024.
Brasil e China completam cinco décadas de relações diplomáticas neste ano no ápice de seu comércio bilateral. Em 2023, o país asiático tornou-se o primeiro a comprar mais de US$ 100 bilhões em produtos brasileiros em um ano (US$ 104,3 bilhões), respondendo por 30,7% de nossas exportações e 52% do superávit recorde da balança brasileira no período (de US$ 98,8 bilhões). Manteve também sua folgada liderança como fornecedor de produtos manufaturados, com 22,1% das nossas importações.
Ao longo deste século, o Brasil teve apenas dois anos de déficit no comércio com a China (2007 e 2008); desde 2018, o país asiático responde por mais de um quarto das vendas brasileiras ao exterior, 74% delas concentradas em soja, petróleo e minério de ferro.
O padrão de comércio entre os dois países revela, no entanto, desequilíbrios que preocupam especialistas. Primeiro, o superávit brasileiro em commodities agropecuárias e da indústria extrativa tem como contraparte expressivo déficit em bens acabados da indústria de transformação — Eu brinco que o Brasil para a China é um país exportador de peso, no sentido de quantidade. A China para o Brasil é um país exportador de peso em termos de valor — diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil. — A China mudou o Brasil, mas em commodities. O custo Brasil inviabiliza a exportação de manufaturados, não temos preços competitivos.
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