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[Valor] Países vizinhos viram ‘válvula de escape’ para exportações

Por Marta Watanabe, no Valor, em 15/08/2022.

Em queda no restante do mundo, saldo comercial do país cresce nas trocas com a América do Sul

Depois de recuperarem em 2021 o nível pré-pandemia, as exportações brasileiras para os países da América do Sul avançam neste ano em ritmo mais acelerado que a média total e também em relação às importações, em contraste com que acontece na balança total do país. Com isso, o superávit comercial nas trocas com os países vizinhos alcançou US$ 7,97 bilhões de janeiro a julho deste ano, mais que o dobro dos US$ 3,68 bilhões em igual período de 2021. O saldo da balança total do país caiu 10% no mesmo período.

Como resultado, a fatia do superávit com os países sul-americanos equivale de janeiro a julho deste ano a 20% do total, em avanço na comparação com os 8,3% de iguais meses do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/ME). As vendas de produtos brasileiros à região somaram US$ 24,85 bilhões este ano e avançaram 39,4%. Os embarques totais do país cresceram 20,1%. A diferença também se deu no ritmo de aumento da importação, com alta de 19,4% no comércio com os vizinhos e de 31,6% quando se olha o total das compras externas do país, sempre de janeiro a julho.

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Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a recuperação das vendas externas ao mercado sul-americano é importante porque a região é tradicionalmente consumidora de produtos manufaturados brasileiros, embora a exportação de petróleo para países como o Chile tenha ajudado também a engordar os embarques e o superávit comercial no comércio regional. Um terço dos US$ 5,18 bilhões que os chilenos absorveram de janeiro a julho em produtos brasileiros foi petróleo, seguido de automóveis, que ficaram com fatia de 7%. Já na importação brasileira de produtos sul-americanos, diz Castro, predominam commodities ou produtos com pequeno beneficiamento.

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A principal explicação para o aumento das exportações, diz Castro, da AEB, é que a maior parte dos países dessa região é exportadora de commodities, itens que tiveram forte elevação de preços, gerando divisas adicionais. Isso, diz, proporcionou a esses países novas oportunidades de importação de manufaturados brasileiros.

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Para Castro, o cenário mais positivo do comércio com os vizinhos deve propiciar uma exportação brasileira aos sul-americanos de US$ 41 bilhões em 2022. No ano passado essa receita foi de US$ 34,1 bilhões. O superávit com esse grupo de países deve aumentar neste ano, diz, o que contrasta com o que a AEB projeta para o saldo total brasileiro. Após o superávit recorde de US$ 61,22 bilhões na balança total de 2021, Castro estima saldo positivo de US$ 54,13 bilhões ao fim deste ano.

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Leia a matéria completa no Valor.


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