91% da exportação brasileira ao gigante asiático está ligada apenas a dez produtos
Por Marta Watanabe e Álvaro Fagundes no Valor, em 10/07/2022
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A estrutura concentrada favoreceu o Brasil no ano passado, quando o minério de ferro bateu cotações históricas. Em 2021 os chineses compraram US$ 87,9 bilhões em produtos brasileiros, 29,7% a mais que no ano anterior. O desempenho contribuiu para um superávit comercial da balança brasileira recorde de US$ 61,4 bilhões.
“Como a pauta concentrada tem garantido superávits, há uma acomodação, sem esforço para diversificação”, diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
O problema, aponta, é que isso também submete as exportações à volatilidade de preços e ao desempenho da economia chinesa. Para ele, a vocação para embarque de commodities deve ser aproveitada, mas também com política paralela que estimule exportação de manufaturados.
Embora os preços ainda estejam contribuindo de forma positiva, a exportação brasileira já começa a sentir em 2022 alguns efeitos de ajuste de cotações de commodities. Em junho, destaca Castro, grande efeito nesse sentido veio do minério de ferro, aponta. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/ME), a receita de exportação com a commodity caiu 40,5% em junho contra igual mês do ano passado. Houve redução de 4,3% na quantidade embarcada e os preços médios do item cederam 37,8% na mesma comparação.
Isso contribuiu, provavelmente, diz Castro, para a queda de 11,7% no valor das exportações para a China em junho contra igual mês de 2021. Com o desempenho, o país asiático absorveu 29,1% dos valores exportados pelo Brasil em junho deste ano, nove pontos percentuais a menos que os 38,1% de fatia que deteve em igual mês do ano passado. Os números incluem Hong Kong e Macau — nos dados chineses de comércio exterior, as duas localidades são contabilizadas de modo separado.
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